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Pense grande, comece pequeno e ande rápido Pense grande, comece pequeno e ande rápido. Esse é um lema que pode mudar sua vida e seu negócio!
Tenho certeza que no seu dia-a-dia há muitas tarefas que você precisa cumprir. Algumas são mais fáceis e outras mais complexas que exigem uma demanda um pouco maior.
Essas que exigem uma demanda maior, normalmente vêm seguidas de grandes ideias de resoluções. Mas junto com essas grandes ideias aparecem grandes desafios.
Uma grande ideia não consegue ser realizada do dia para a noite. É essencial que você avalie se ela é sustentável, se vale a pena, se dará certo e até se é rentável.
E aí é preciso respirar, segurar a ansiedade e começar pequeno. Começar com um rascunho ou até amadurecer um pouco mais o seu grande objetivo.
A ansiedade de colocar uma grande ideia para frente pode matá-la. Começar pequeno é essencial para a sobrevivência.
Só não confunda: começar pequeno não significa andar devagar. Você precisa dar tração para sua ideia, aprender rápido, fazer e refletir com velocidade, mas não precisa dar um passo maior do que a perna.
Você deve pensar sempre grande, fazer o mínimo para testar a ideia e ganhar velocidade para alcançar seu objetivo logo.
E existe uma frase perfeita para isso: “pense grande, comece pequeno e ande rápido”. Nós gostaríamos que essa frase fosse nossa, mas na realidade ela não é. Há algumas contradições sobre quem escreveu, mas a referência principal que encontramos é que a frase é de Fábio Barbosa.
Mas, o que realmente importa é o impacto que uma simples frase pode ter na sua vida e no seu negócio.
Quer entender como várias empresas usam esse lema e dão certo? Continue lendo nosso artigo.
A metáfora da viagem de carro
Você já tentou explicar algo para alguém no qual parecia ser muito difícil de entender? Quando isso aconteceu, você já tentou comparar essa outra coisa com algo mais conhecido? Se já fez isso, você usou o conceito de metáfora.
Nós faremos o mesmo aqui. Vamos lhe contar a metáfora da viagem de carro.
Imagine que você quer fazer uma viagem de Florianópolis a São Paulo. Essa viagem leva umas 12 horas, são 800 kms a percorrer e você decide que vai a noite de carro.
Você sabe o que quer: chegar em São Paulo.
O problema é que está escuro e o farol do seu carro só ilumina os próximos 50 metros, mas de 50 em 50 você vai percorrer os 800 kms.
Pode ser que no meio do caminho aconteçam algumas adversidades, como furar um pneu, uma chuva inesperada que faça você reduzir a velocidade ou até mesmo que você precise acelerar em algum ponto por ser mais perigoso em função da violência.
São coisas que você não pode prever e que chegarão quando estiverem imediatamente na sua frente. Mas o que importa mesmo é que de 50 em 50 mts você vai chegar ao seu destino de 800 kms.
A história do nosso gráfico de vendas acumuladas
Aqui na ASSEINFO nós usamos muito a estratégia que está por trás da metáfora da viagem de carro. Sempre que pensamos em fazer algo novo, a pergunta a seguir aparece:
Como posso descobrir se minha ideia é boa, gastando o mínimo de tempo e dinheiro possível?
Nós operamos sempre com esse pensamento e praticamente tudo o que construímos é desse jeito.
Um exemplo disso é a história que queremos compartilhar: a criação do nosso gráfico de vendas acumuladas na tela principal dos nossos sistemas.
Nós tínhamos uma hipótese que nossos clientes gostariam de ver o volume de vendas acumulado no sistema. Mas, nós não tínhamos certeza de qual seria a melhor forma e nem como isso poderia acontecer.
Então nós escolhemos dez clientes para participarem do teste e fizemos um trabalho bem manual: baixávamos as informações deles e jogávamos em uma planilha todos os dias pela manhã. Em cima dessa planilha, fazíamos gráficos e enviávamos para cada um deles por e-mail.
Os clientes não pediram esses dados, mas mesmo assim nós enviamos e monitoramos as reações. E a gente teve vários feedbacks falando que o gráfico ajudava muito no controle interno e nas rotinas, alguns expondo também como o gráfico poderia ser melhorado.
A partir da necessidade dos clientes, fomos atendendo os pedidos de melhoria e compartilhando com todos os clientes participantes do teste para ver se as modificações faziam sentido para eles. Tudo ainda em planilhas!
Nós rodamos esse teste por quase sessenta dias e depois desse tempo entendemos que os clientes realmente queriam essa informação e que alguns dados adicionais poderiam ajudar, como o comparativo de vendas do mês corrente com o mês anterior e o comparativo com o mesmo mês do ano passado.
Só aprendemos tudo isso porque fizemos os testes. E o melhor: sem gastar nada, só gerando planilhas.
Depois que levantamos todas as nossas conclusões, fizemos nosso primeiro modelo dentro do software. Note que só fizemos alguma modificação no produto depois que tínhamos um nível maior de certeza que nossa hipótese estava certa.
Também optamos por entregar aos poucos. Nosso primeiro modelo tinha apenas o gráfico mostrando o valor acumulado do mês, sem nenhuma das funcionalidades extras que levantamos que poderiam ser interessantes.
O que a gente realmente queria saber agora é se a realidade daqueles dez clientes refletiam a realidade da nossa carteira de clientes.
Atualizamos o sistema e recebemos muitos elogios. Então, decidimos que era a hora de começar a fazer todas as outras funcionalidades do gráfico, pois ele fazia sentido para nossos clientes.
Os testes manuais também nos ajudaram a decidir a melhor ordem de entrega de cada uma das funcionalidades. Nós conseguimos entender a ordem de importância para os clientes e começamos a construir da funcionalidade mais importante para a menos importante.
Nosso grande ganho é que a maior parte dos nossos clientes teve acesso muito rapidamente a parte mais importante do gráfico mesmo sem ele estar completo. Essa é a maneira que pensamos e construímos nossos processos.
No final das contas, nós chegamos ao mesmo produto que a gente teria no começo. Talvez um produto até melhor, porque não jogamos tempo fora, fizemos exatamente o que percebemos que o cliente precisava e não o que a gente imaginava que ele precisava.
O e-commerce do Ricardo
Nós temos um outro exemplo de pense grande, comece pequeno e ande rápido: o e-commerce do Ricardo.
O Ricardo queria saber se um e-commerce funcionaria para a loja dele e então resolveu começar pequeno.
Ele optou por um e-commerce baratinho da Internet, daqueles que a gente paga menos de R$ 100,00 por mês. Adaptou um colaborador que já era responsável pelo estoque da loja e esse passou a abastecer manualmente a plataforma, fazendo os cadastros e controlando todos os pedidos feitos no dia.
Sempre que um pedido acontece, o processo é semelhante com o de uma venda normal na loja: o colaborador imprime o pedido, leva até o caixa da loja, imprime o cupom fiscal e despacha a mercadoria pelos Correios.
O Ricardo chegou em um ponto que ele já está recebendo dez vendas por dia. No meio do caminho está descobrindo uma série de coisas que precisam ser feitas e que ele não imaginava no início do processo. Um exemplo disso é que ele começou uma operação de marketing para atrair mais clientes vindo das redes sociais para o site dele.
Um fato muito legal é que a todo momento ele fez com que esse teste já gerasse dinheiro sem precisar investir muito, com o mínimo de gastos possíveis. O canal já está faturando desde o começo.
Ele evitou gastos que poderiam ser desnecessários no início, como a contratação de pessoal e gastos com software para integrar o e-commerce ao sistema de gestão da empresa. Ele optou por começar pequeno, testando se o e-commerce funcionava para o negócio dele.
Fatalmente o Ricardo chegará num ponto que a operação manual não fará mais sentido e ele terá que automatizar. Neste momento o investimento se justificará, pois ele terá uma certeza maior do retorno.
O Ricardo poderia ter feito o inverso: ter gasto muito dinheiro fazendo um e-commerce completo, automatizando toda a integração com o seu sistema de gestão e fazendo as contratações necessárias para tudo funcionar redondinho. No final das contas, talvez o Ricardo ficasse sem dinheiro para gastar com marketing e o projeto todo morreria por falta de venda.
O Ricardo não tentou resolver um problema de escala sem antes ter a demanda.
A história do Ricardo é real. Ele é nosso cliente e nos orgulha muito. Ele tem cinco lojas e mesmo em época de crise é difícil falar com algum funcionário dele porque as lojas sempre estão cheias.
A lavanderia da Tatiane
A Tatiane mora na periferia e precisou de um serviço para lavar e passar um vestido que pegou emprestado da sua amiga.
Ela sabia fazer isso muito bem, pois foi criada pela sua avó que na época acreditava que a mulher ideal deveria saber lavar, passar e outras infinidades de trabalhos domésticos. É claro que isso foi há algum tempo atrás e os tempos felizmente mudaram.
Mas, de toda forma, ela queria fazer esse serviço com um profissional, afinal de contas a amiga já tinha emprestado o vestido e ela queria devolver impecável.
Foi então que ela percebeu que na periferia não tinha uma lavanderia e que ela precisaria se deslocar para o lado rico da cidade se quisesse o serviço. E veio a dúvida: os moradores daquela região não gostariam de ter acesso a esse tipo de serviço?
A Tatiane resolveu que era hora de provar sua teoria e abriu uma lavanderia sem nenhuma máquina de lavar roupas. Ela foi para o lado rico da cidade e contatou algumas lavanderias dizendo que ela também tinha uma lavanderia, mas que a demanda de serviço era alta demais e ela gostaria de uma parceria para lavar o excedente a um preço bom.
Algumas lavanderias aceitaram e então ela abriu as portas e começou a fazer esse serviço.
No meio do caminho, ela percebeu uma coisa inusitada, que o problema das pessoas era passar a roupa e não lavar.
Ela conseguiu alcançar os 50 metros adiante da metáfora do carro e viu que passar as roupas era o que realmente importava. E acabou criando esse serviço.
A empresa deu certo e ela está com quatro lavanderias. Lembre-se que ela começou uma lavanderia sem uma máquina de lavar sequer.
Essa é a jornada dos 800 kms que falamos lá em cima. Ela sabia onde queria chegar, mas teve que ir aos pouquinhos.
Você pode assistir a história da Tatiane no TEDx São Paulo.
A criação do Peixe Urbano
Você já ouviu falar sobre o Peixe Urbano? É um site que reúne ofertas de produtos e serviços em forma de compra coletiva e foi o site que mais cresceu em 2013 em toda a América Latina. Mas, nem sempre ele foi assim.
A história do Peixe Urbano é bastante curiosa.
Um empreendedor foi até um restaurante do shopping e percebeu que o mesmo não tinha 100% de lotação. Ele chegou até o dono e perguntou quanto desconto ele daria se o restaurante atingisse lotação máxima nos dias menos procurados.
O dono do restaurante ofereceu uma porcentagem atrativa e o empreendedor imprimiu uma série de tickets com um desconto um pouco menor do que foi combinado e começou a vender na frente do restaurante até conseguir lotá-lo.
A diferença dessa porcentagem obviamente o empreendedor ficou para ele.
Ele repetiu o processo várias vezes e percebeu que era viável. As empresas oferecem descontos agressivos em troca de lotação e em contrapartida as pessoas, em grupo, querem comprar mais barato para ir naquele lugar.
Sem gastar nada, sem investir em pessoal e salários, o idealizador do Peixe Urbano conseguiu provar sua hipótese e construir uma das maiores empresas do mundo de compras coletivas.
Para finalizar
Você deve pensar grande e ter um bom objetivo. Deve também fazer o mínimo que for necessário para testar essa ideia. E assim que possível, ganhar velocidade para chegar o mais rápido possível no seu alvo.
Senão, você corre o risco do dinheiro acabar no meio do caminho e simplesmente não chegar no lugar desejado.
É bem comum os gestores quererem contratar o máximo de serviços que ele pode pagar. Um software com várias funcionalidades que não são necessárias agora, a melhor máquina de lavar ou um site robusto com tudo integrado são bons exemplos.
O que as pessoas não percebem é que estão usando dinheiro que pode ser necessário para andar os próximos 50 metros para chegar nos 800 kms.
Nunca é tarde para começar: que tal seguir o lema pense grande, comece pequeno e ande rápido? 😊